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26/12/2019 - 16:18:36
SANTANDER: RIAL USA SELIC PARA SUSPENDER PROMOÇÕES E CONTRATAÇÕES

Presidente do Santander anunciou suspensão de movimentações e contratações da plataforma Meu Lugar.

Mesma lógica não vale para suspender demissões ou rever meta de lucro de 2020

Por meio de comunicado interno, Sergio Rial, presidente do Santander no Brasil, anunciou a suspensão até abril de “movimentações e contratações” da plataforma Meu Lugar. Para justificar a “pausa”, Rial cita a redução da taxa básica de juros (Selic) para 4,5% ao ano, que segundo o executivo cria um “cenário que não está claramente definido no setor”.

Por outro lado, no dia 14 de dezembro, durante a festa de final de ano, o próprio Rial anunciou que a meta de lucro para 2020 é de R$ 16 bilhões.

Considerando que o lucro em 2018 foi de R$ 12,398 bilhões e que até setembro deste ano o banco lucrou R$ 10,8 bilhões, a meta fixada é ousada e terá de ser entregue por um quadro de funcionários muito menor. O resultado dessa equação é óbvio: mais pressão, sobrecarga e adoecimento dos trabalhadores. É curioso, para dizer o mínimo, que a redução da Selic sirva como argumento para suspender promoções e contratações e, por outro lado, não seja um argumento válido para rever o apetite insaciável do Santander por resultados cada vez mais expressivos. 

O Santander realizou um grande número de demissões durante todo o ano, que se intensificaram ainda mais nos últimos dois meses.

O Santander opera como concessão pública no Brasil, país do qual retira a maior parcela do seu lucro mundial, e deveria oferecer contrapartidas para a sociedade. Entre elas, um bom atendimento à população, tarifas e taxas não extorsivos, não adoecer seus trabalhadores e não contribuir para a já elevada taxa de desemprego no país. Infelizmente, o banco espanhol faz exatamente o contrário. Lembrando que o lucro dos bancos, mesmo em conjuntura econômica adversa, segue batendo recordes.

Com a suspensão do Meu Lugar, a gestão do Santander joga mais uma vez a responsabilidade de obter resultados cada vez mais expressivos apenas nas costas dos trabalhadores, mesmo sacrificando a saúde dos mesmos. Agora, ficam duas perguntas ao presidente Rial. Devido ao “cenário que não está claramente definido no setor”, seguindo a sua própria lógica, as demissões também serão suspensas até abril? A redução da Selic também justificará a revisão da meta de 2020?

 



Fonte: SEEB Guaratinguetá
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