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26/04/2023 - 08:48:12
TEMPORADA DE RESULTADOS DO 1º TRIMESTRE DE 2023

Divulgação dos resultados dos grandes bancos começou nesta terça-feira (25/04).

Itaú e Banco do Brasil devem ser os destaques positivos no 1º trimestre, Ainda assim, cenário é de cautela na temporada de balanços dos bancos, com alta inadimplência sobretudo na pessoa física

Os grandes bancos de capital aberto – Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Banco do Brasil (BB) – devem ter uma recuperação nos resultados do primeiro trimestre, após o último período de 2022 ter sido afetado pelas provisões com o caso Americanas. Ainda assim, o cenário é de cautela, já que a inadimplência ainda tende a subir um pouco, especialmente em pessoa física. Porém, há espaço para as instituições continuarem recompondo a margem financeira e as receitas de tarifas.

Levantamento feito pelo Valor com oito casas mostra que os quatro bancos devem ter um lucro combinado de R$ 22,523 bilhões entre janeiro e março, alta de 12,7% em relação ao quarto trimestre. As projeções, no entanto, indicam uma queda de 9,2% na comparação com o primeiro trimestre de 2022.

Assim como no fim do ano passado, analistas consideram que Itaú e BB serão os destaques positivos, enquanto Bradesco e Santander devem apresentar números mais fracos. A filial do banco espanhol é a primeira a divulgar seus números, nesta terça-feira.

Para o J.P. Morgan, a temporada não deve ter muito brilho, com uma leve queda nas receitas, pelo fato de os bancos estarem migrando para linhas mais seguras, que têm menor spread. Outro fator é a sazonalidade negativa em receitas de cartões, na comparação com o quarto trimestre, e a fraca atividade nos mercados de capitais.

Segundo o banco americano, a qualidade dos ativos deve continuar piorando para a maioria das instituições, com a inadimplência pressionada pelo varejo e por casos corporativos – também um pouco explicados pela sazonalidade. “Estamos mais otimistas com as tendências para Itaú e BB, que podem começar a registrar métricas de inadimplência estáveis.”

“Esperamos fortes desempenhos de Itaú e BB, enquanto Bradesco e Santander devem mostrar alguma melhora sequencial em função de menores despesas de provisão (devido à Americanas)”, dizem os analistas do Citi.

A maioria dos bancos deve ter crescimento tímido da carteira de crédito, na visão do Itaú BBA. Para os analistas, a crise da Americanas, que gerou turbulência nos mercados no início do trimestre, levou a uma maior aversão ao risco. “Esperamos que o crescimento da carteira (e, portanto, da margem financeira) e as receitas de serviços comecem 2023 no limite inferior das faixas dos guidances [projeções dadas pelos bancos], potencialmente desencadeando revisões em baixa para o setor. A inadimplência deve continuar a aumentar, no varejo e para PMEs (não tanto para grandes corporações).”

Na avaliação do Goldman Sachs, os bancos podem estar chegando perto do pico da inadimplência em pessoa física, mas é possível que entrem em um terreno mais duro na qualidade do crédito a empresas. Os analistas dizem estar ansiosos para ouvir os dirigentes das instituições sobre a disposição de rolar dívidas e a situação dos mercados de capitais após o caso Americanas. O UBS BB tem avaliação parecida, apontando que a originação de crédito para pessoa jurídica (PJ) caiu em janeiro e fevereiro e as provisões aumentaram. “A inadimplência PJ aumentou 0,4 ponto percentual nos dois primeiros meses de 2023”, afirmam.

Itaú e BB devem disputar novamente quem tem o maior resultado e a rentabilidade mais alta no período. O banco privado tem ligeira vantagem nas projeções, com estimativa média de lucro de R$ 8,414 bilhões. Para os analistas do Santander CIB, no caso de Itaú a falta de novidades é uma boa notícia. Eles dizem que, apesar de a receita ser sazonalmente mais fraca no início do ano, a inadimplência sob controle e gastos administrativos menores devem ajudar o resultado.

Já o BB deve lucrar R$ 8,367 bilhões, segundo a média das projeções. Para o BTG, será o destaque positivo da temporada, novamente ajudado pela sua grande carteira agro, que deve fazer o banco expandir mais o portfólio total do que os rivais privados. Ao mesmo tempo, como a área de banco de investimento é menos representativa que nos pares, e os mercados estão ruins, ela deve pesar menos.

Na outra ponta, Bradesco e Santander devem amargar resultados ainda fracos. Mais expostos a classes de baixa renda, que sofreram mais com a inflação, a inadimplência deve seguir em alta.

O Bradesco deve divulgar lucro de R$ 3,683 bilhões, segundo a projeção média. Analistas da XP dizem esperar outro ligeiro aumento na inadimplência do banco (alta de 0,2 ponto percentual, para 4,5%), mas desacelerando em comparação com o aumento de 0,4 ponto apresentados no trimestre anterior. “Isso deve levar o banco a reportar um índice de cobertura próximo a 188%. Como resultado, esperamos que o Bradesco reporte outro trimestre de queda no resultado recorrente.”

Para o Santander, a média aponta lucro de R$ 2,060 bilhões. “Com a inadimplência ainda em alta, tesouraria com resultados negativos por conta da Selic elevada e a margem com clientes sob pressão por conta de um mix mais cauteloso, esperamos mais um ano de lucros decrescentes”, resume a Genial. Para a plataforma, a dinâmica negativa no banco deve permanecer nos primeiros trimestres e ir melhorando no segundo semestre. Mas isso vai depender dos impactos adicionais de Americanas (o banco só provisionou 30% da exposição) e da tesouraria.

Por Álvaro Campos



Fonte: https://inteligenciafinanceira.com.br
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