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10/05/2019 - 09:32:14
PRESIDENTE DO SANTANDER ANUNCIA FIM DOS CAIXAS HUMANOS NO BRASIL

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Com um discurso de que as pessoas devem se “reabilitar a um mundo diferente”, de que o consumidor precisa “desconstruir” a necessidade de ser atendido por pessoas, em agĂȘncias fĂ­sicas, o presidente do Santander Brasil Sergio Rial, em entrevista concedida ao jornal O Estado de SĂŁo Paulo no dia 5 de maio, praticamente anunciou que, atĂ© o final de 2019, a figura do caixa humano deverĂĄ deixar de existir nas agĂȘncias brasileiras do banco espanhol.

Para o executivo, que assumiu o comando do Santander no Brasil em 2016, e que comemora o fato do Santander Brasil ser a filial mais importante no conglomerado (atingiu, no fim de março, a fatia histĂłrica de 29% nos resultados globais do grupo espanhol, mais do que Inglaterra e a prĂłpria Espanha juntas) e que, por isso, Ă© considerado um forte candidato a presidir a matriz do banco a nĂ­vel global, a estrutura fĂ­sica (agĂȘncias) Ă© o simbolismo dos organogramas do sĂ©culo 20.

“DesconstruĂ­mos as funçÔes organizacionais. Chamamos as estruturas de lojas e nĂŁo mais de agĂȘncias. Esperamos terminar o processo este ano em todas as agĂȘncias. É uma transformação muito clara do desenho do banco. O organograma tradicional deixa de existir. O caixa continua existindo, mas nĂŁo Ă© mais uma pessoa. Qualquer um pode voltar e fazer a autenticação se for necessĂĄrio. É um pouco do que acontece em qualquer loja. Raramente vocĂȘ vĂȘ nas lojas a figura do caixa”, destacou o executivo quando indagado se esse processo representaria o fim do caixa humano, e que o consumidor precisa “começar a desconstruir essa necessidade da estrutura fĂ­sica, que deixou de existir”.

Menos agĂȘncias

Quando questionado sobre uma conseqĂŒente redução do nĂșmero de agĂȘncias, SĂ©rgio Rial disse que a “estrutura fĂ­sica serĂĄ redesenhada, nĂŁo necessariamente reduzida”.

“Vamos abrir, entre 2018 e 2020, mais de 300 lojas. SĂł que as lojas vĂŁo ser vocacionadas. O banco mudou muito, mas a função custĂłdia nĂŁo vai mudar. NĂŁo Ă© difĂ­cil pensar que a riqueza se torne um algoritmo, que terĂĄ de ser seguramente custodiado em algum lugar de confiança. A custĂłdia de qualquer moeda nĂŁo vai mudar. Pode atĂ© nĂŁo ser chamado banco”, descreveu Rial, novamente desconversando sobre uma pergunta direta da equipe de reportagem.


“SĂ©rgio Rial deixa claro que Ă© a favor de iniciativas governamentais que foram criadas apenas para atacar direitos dos trabalhadores, como a reforma trabalhista e, atualmente, a reforma da previdĂȘncia. É de interesse do Santander – e dos demais bancos privados – o fim da previdĂȘncia social, para que os brasileiros sejam obrigados a optar pela capitalização e, consequentemente, os bancos privados obterem ainda mais lucro em cima do sofrimento dos trabalhadores”, menciona Pinheiro, acrescentando que, em RondĂŽnia, a medida de ‘extinguir’ os caixas humanos jĂĄ estĂĄ sendo colocada em prĂĄtica, com redução de atĂ© metade dos caixas nas agĂȘncias.

“AlĂ©m de colaborar com o aumento do desemprego no paĂ­s, o Santander vai promover consideravelmente a precariedade no atendimento. Clientes e usuĂĄrios, que atualmente jĂĄ sofrem com espera de atĂ© duas horas, terĂŁo menos caixas para atendĂȘ-los, e a revolta generalizada serĂĄ uma rotina dentro das agĂȘncias. Mas nĂŁo satisfeito, o Santander ainda quer obrigar o seu funcionĂĄrio a trabalhar aos sĂĄbados, desrespeitando as leis trabalhistas e as convençÔes e acordos coletivos”.

 



Fonte: Contraf
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